'/> ·ï¡÷¡ï· V I D A Humana·ï¡÷¡ï·: Meus olhos, teu olhar…

novembro 30, 2013

Meus olhos, teu olhar…

Como se fossem grãos de areia que escorriam por entre os dedos, assim passavam os segundos, as horas, os dias, as semanas, os meses e os anos.

Por um tempo houve uma espécie de ponto de exclamação em sua vida, houve admiração, encanto... Um certo suspense por aquilo que se queria descobrir, provar... Houve motivação, coragem, empenho. Empecilhos foram vistos e, vencidos.

Foi um belo tempo!

Todavia, em certo ponto dessa estrada a coragem minguou. Uma névoa fraca, incapaz de resistir a um simples sopro, avolumou-se ganhando força de denso nevoeiro. Conforme a visão ficava embaçada nascia dentro de si um ponto de interrogação para tudo com que se deparava, no entanto, não era o prazer da descoberta a motivação, mas a desconfiança, o medo e a dúvida... Ah, essa dúvida!

Pariu incerteza e insegurança, e cuidou com afinco dos rebentos.

Foi o ponto final de sua vida!

Final, pois não havia mais a coragem para novos passos. E o falso movimento ao qual se habituou, mascarava o reconhecimento de que o estado que havia construído para si, era o de inércia.

O lenitivo era poderoso, por um lado impedia a dor dos erros e por outro matava a semente da descoberta.

Por um tempo foi bom assim... Ao menos era o que imaginava!

Como se fossem as folhas sendo levadas pelo vento, assim passavam os segundos, as horas, os dias, as semanas, os meses e os anos.

tempestade2Era somente mais um dia em sua vida. Tudo acontecia como sempre, nada novo, tudo conhecido.

Foi um estrondo poderoso que a tirou de seu torpor...

Olhou para o alto e viu nuvens escuras...

Pensou: - Vem tempestade por aí!

Queria correr em direção a sua casa na esperança de lá chegar antes da tempestade... queria proteção, mas também proteger certas ilusões... Ventos vieram em seu auxílio, antes que pudesse sequer esboçar uma reação, tudo veio abaixo. Seu mundo seguro foi destruído e os ventos mais fortes ainda nem haviam chegado.

O coração batia acelerado, o corpo tremia, a mente não encontrava resposta. calmaEstava em meio a confusão, a desordem, ao caos.

Foi quando notou que, ao seu redor, várias pessoas também sentiam os efeitos da tempestade. Havia muito desespero e lamúrias, mas lá longe notou um certo olhar. Um olhar que trazia calma, esperança... - Como ele pode estar na tempestade e ainda assim ter esse brilho no olhar? perguntou a si mesma.

Intrigada com o fato, sentiu na pele o calor do sol que agora, reaparecia. Era estranho esse momento de tranquilidade, pois ao olhar a sua volta, percebia que a tempestade não havia acabado. Ao contrário, sentiu que estava no meio dela, como se esse fosse o olho de um furação.

Sentia dor, mas ainda assim seus olhos estavam confiantes e, alegres!?

Com que olhar via o mundo agora? O seu ou o dele?

Tão concentrada estava em seus pensamentos que não percebeu que caminhava e, agora, estava frente a frente com aqueles olhos...elacalma

Nenhum som saiu dos lábios, bastou o olhar!

Conversaram silenciosamente por algum tempo.

Nuvens escuras voltavam a dominar o ambiente, mas o ambiente já não os dominava.

Afastaram-se com um profundo olhar, pois cada qual ainda tinha que enfrentar a última parte da tempestade.

Não havia a dor da separação, mas o puro e simples contentamento de um...

... "até breve".

Allan Roberto Régis.

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