'/> ·ï¡÷¡ï· V I D A Humana·ï¡÷¡ï·: Meus olhos, teu olhar. A caminhada continua.

novembro 15, 2014

Meus olhos, teu olhar. A caminhada continua.

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Não era possível negar, o tempo, havia passado. É verdade que ainda não se podia contar tal passagem por "anos", mesmo assim, já se podia dizer ser o suficiente para cada um sentir "saudade".

Cada um levava na memória, o brilho do olhar do outro. No corpo, o calor do abraço. Nos lábios, o sabor dos beijos e parecia até mesmo que , de vez em quando, cada um ouvia a melodia da voz do outro.

Tudo ainda presente, no aqui, no agora, no já.

Como se podia esquecer algo tão bom de ser vivido?

Como não querer viver algo tão bom de ser vivido?

E assim seguiam os dias, embalados na saudade, encorajados pela esperança...

Cada um já havia percebido que a vida real é muito diferente da melhor das comédias românticas. Afinal, em um filme, por mais que a estória apresentada fosse triste e tivesse seus desafios, por piores que fossem tais desafios, todos eram superados em "2 horas". Por mais que os protagonistas tivessem de lutar, no filme, décadas passavam rapidamente, e davam a quem a assiste uma certa ilusão quanto ao real tamanho dos desafios. Na vida real era diferente! Na vida real, uma hora demorava uma hora para passar, um ano demorava um ano, e uma noite... nossa, como algumas vezes uma noite era longa!

Tempo difícil esse! Mas necessário!

Quando se conheceram, provaram a felicidade, e foi conscientemente que a separação aconteceu, mas não era definitiva, era apenas um "até breve". Mas de quanto seria o tempo até o "breve"?

Como saber o momento exato? Como ter certeza do caminho a ser seguido?

Entre tantas interrogações, aprenderam que a certeza absoluta não é algo que se tem antes de vivenciar o caminho, é algo construído aos poucos, nos sucessivos reconhecimentos e na cumulativa compreensão.

Começavam a compreender que as experiências de suas vidas não os faziam optar, necessariamente, por um dada direção por ser ela a melhor possível ou definitiva. Por maior que fosse a quantidade de experiências acumuladas, nunca seria o bastante para que tivessem a certeza absoluta de suas escolhas, pois a certeza era afirmada na posterior vivencia diária. Então, para que afinal serviam as experiências? Serviam, quando bem compreendidas, para uma rápida reorientação de caminho! Mas, somente quando bem compreendidas!

Descobriram também que a saudade, além da delicada tensão que os fazia experimentar, os forçava a uma introspecção sincera e objetiva!

E o que cada um recohecia agora, era a tremenda responsabilidade que tinham sobre suas vidas. Sobre as escolhas que fizeram até aqui. Perceberam que muitos dos pesos que carregavam derivavam desse ponto.

Aos olhos de cada um, se tornou nítida a individual responsabilidade que tinham em suas escolhas de vida. E que foi justamente o não reconhecimento em toda a extensão desse fato, que os fazia carregar expectativas, desejos e anseios, que os impediam de viver o momento presente. Carregavam, cada um, uma sacola de lembranças...

Fizeram suas escolhas, e naturalmente, ao optarem por uma direção abriram mão de viver algo, muito embora mantivessem dentro de si o forte desejo de vivenciar aquilo que cada um livremente optou deixar de lado. Anos passaram assim, os desejos foram se acumulando e quando um encontrou o outro, pensou ter encontrado quem pudesse, finalmente, realizar tais desejos, tais sonhos.

E agora os olhos se abriam para a realidade!

Pois eram desejos surgidos por escolhas feitas a muito tempo, desejos que não eram ligados a quem chegava agora em suas vidas... Desejos que no fundo no fundo, apenas roubavam deles a oportunidade de viverem o momento único que tinham, o momento presente. Por vontade de tornar realidade os desejos do passado, que foram deixados de lado por livre vontade, não conseguiam viver o presente, e perdiam a oportunidade de um futuro feliz.

De repente se tornou claro que aquilo que agora viviam era uma espécie de ponte, e também que toda ponte tem uma única finalidade, ser atravessada!

Havia uma certa melancolia, mas nos lábios já brotava um sorriso. Embora fosse difícil prever o caminho futuro, cada um tinha a certeza de já ter provado a felicidade, e isso mantinha o contentamento e a esperança!

Allan Roberto Régis.

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